21 julho, 2014

Especial BDSM: Livro - O Livro de Ouro do sexo

Encontrei no blog Senhor Verdugo uma postagem muito esclarecedora sobre Sadomasoquismo de consenso  ou SSC (São, Seguro e Consensual) com vários trechos do livro "O livro de Ouro do sexo"  que fala sobre o sexo através dos tempos. 
Coloquei os trechos aqui para nos ajudar a entender "o tipo de sadomasoquismo implícito no BDSM".








Título: O Livro de Ouro do Sexo
Autor: Regina Navarro Lins e Flávio Braga
Edição1
ISBN: 8500016337
Editora: Ediouro
Ano: 2006
Páginas: 512
Sinopse: 
Como será o relacionamento amoroso e sexual daqui a alguma décadas? O casal continuará a existir? a prática do sexo virtual se tornará corriqueira? Seremos todos andróginos? As crianças serão geradas em laboratórios? Poderemos nos relacionar com nosso clones? E o incesto, continuará a ser considerado um tabu?
Essas são apenas algumas das questões abordadas em O Livro de Ouro do Sexo, de Regina Navarro Lins e Flávio Braga. Mas as perguntas e as repostas sobre o futuro da sexualidade representam somente uma parte do livro. Antes de chegar a elas, os autores elaboraram uma ampla reunião de temas ligados ao sexo, apresentando um histórico completo do assunto.
Essência da reprodução e do prazer físico, o sexo sempre exerceu fundamental importância na história da humanidade. Dependendo da época e do lugar, foi glorificado como símbolo de fertilidade ou condenado como pecado. A repressão a ele não se restringe ao passado e pode estar tão incorporada à educação e aos valores sociais que deixa até mesmo de ser percebida.
Na primeira metade do século XX, a psicanalise introduz uma nova visão do sexo a partir de conceitos como inconsciente e sexualidade infantil. Entretanto, uma radical modificação dos costumes inicia-se na década de 60, com a pílula anticoncepcional, que dissocia sexo e procriação, aliando-se ao prazer. A Revolução Sexual serve como o fenômeno de natureza sociocultural mais importante nas sociedades ocidentais do século XX. 



A seguir trechos do livro referentes ao Sadomasoquismo de Consenso



Não se trata do sadismo e do masoquismo que buscam sofrimento, próprio ou do outro. Na realidade, a grande procura de chicotes, algemas, correntes, assim como de suítes com jaulas em motel, grades de ferros e vários outros apetrechos, visa aumentar o prazer sexual sem machucar. Os que utilizam essa faixa amena, digamos assim, devem ser distinguidos dos casos patológicos. Os estereótipos do sádico como criminoso brutal se aplica a uma minoria. Trata-se, no caso de consenso, de um jogo negociado por duas ou mais pessoas e que pode ser interrompido a qualquer momento por qualquer dos participantes.

O sadomasoquismo consensual é completamente diferente do sadismo e masoquismo. Os sádicos verdadeiros não se preocupam se o parceiro tem prazer na relação, ao contrário dos participantes do sadomasoquismo consensual, que se preocupa com o prazer do outro. Neste, a base é o antagonismo entre domínio e submissão, poder e desamparo. É uma prática sexual tão comum que é raro encontrar algum casal de amantes que não tenha brincado de alguma versão do velho jogo em que um domina e o outro é subjugado, ou que não tenha atormentado um ao outro de brincadeira, fingindo dar um beijo e recuando.

Numa pesquisa de 1990 com universitários da  cidade de São Paulo, 48% dos homens e 41% das mulheres relataram haver tido relação sexual em que a dor e prazer estavam presentes. Mas muito antes, em 1954, o pesquisador norte-americano Alfred Kinsey já havia registrado que mais da metade dos homens e mulheres reagia eroticamente a mordidas. Não muito diferentes de vários animais.

Apesar de o masoquismo ser mais associado às mulheres, devido ao treinamento de submissão e passividade que sempre receberam, vários estudos mostram a inversão dos papeis sociais no sexo. Os prazeres masoquistas fazem parte das fantasias de homens e mulheres em proporções quase iguais, principalmente ser amarrado e subjugado durante as atividades sexuais. E uma pesquisa concluiu que ambos os sexos preferem que o outro seja o sádico. Nem Batman escapa. No filme Michelle Pfeiffer interpreta a Mulher-gato, vestida de borracha colada à pele para lembrar uma dominadora, ele é amarrado por ela a uma cama. Os produtores cortaram a cena, mas as aulas que ela tem com um "mestre do chicote" continuaram.

Na verdade, não há um consenso geral a respeito das causas do sadomasoquismo. Quer dor e prazer são sensações intensas e às vezes a fronteira entre os dois não é marcada com nitidez, todo mundo sabe. Alguns, como a historiadora norte-americana Riane Eisler, acreditam que, como a erotização da violência e da dominação foi central na construção social do sexo, a maioria de nós se excita, em graus variados, com essas fantasias.

Para outros essa prática sexual reedita sensações de prazer e poder relacionadas com conflitos do inicio da vida. Há ainda os que defendem a ideia de que, se dessa forma o prazer aumenta e não faz mal a ninguém, não é necessário explicações e deve-se aceitar com naturalidade.

As grandes cidades de todo o mundo oferecem clubes sadomasoquistas, nos quais a encenação é o mais importante. Trajes negros de couro, chicotes e assessórios de aparência perigosa fazem parte da cena. Entretanto, menso o sadomasoquismo consensual pode ser perigoso para pessoas que tenham problemas emocionais.






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