20 agosto, 2014

FAM Capítulo X – O Dia D


Salvador – BA, 25 de maio de 2014.



Mal consegui dormir, pensando em como estava feliz em passar o dia do meu aniversário com o Fred. Ele nos levou nos principais pontos turísticos de Salvador. Foi muito divertido e ele estava sendo tão atencioso. Cada vez que ele olhava para mim mais aumentava meu sorriso e minha vontade de abraçá-lo...


À noite ainda em comemoração ao meu dia e como despedida da cidade combinamos de jantar e o Fred ficou de passar no albergue para nos buscar.

- Anda logo, Hellen. Não enrola! Você também vai. - Disse puxando-a pelo braço.

- Negativo! Vou ficar bem aqui torcendo para que você realize seu desejo de ficar com o Fred. Aceite como meu presente de aniversário. - Declarou sorrindo ironicamente.

- Ah, não! De jeito nenhum! Não faz isso comigo! Eu não vou saber o que fazer, o que dizer, como me comportar. – Choraminguei.

- Claro que vai! Mari, você acha que tudo que mostrou para o Fred é um personagem inventado mas não é, você é essa mulher inteligente e interessante, só você não vê isso. Essa é a sua grande chance de colocá-la para fora. Você não sabe se um dia vai voltar a vê-lo. Se for ruim pelo menos vai saber que foi corajosa o suficiente para tentar e se for bom vai ser uma bela lembrança. É melhor se arrepender do que fez do que ficar com a sensação do"e se".

Não teve jeito de convencê-la a ir comigo e de certa forma eu estava muito grata. Tudo que ela disse fez muito sentido. Então às 21 horas quando Fred veio me buscar no Albergue estava sozinha e por um instante ele pareceu gostar disso.

Foi muito agradável, jantamos e conversamos até o restaurante fechar. É incrível quando se encontra alguém que te instiga, te desafia. Te faz querer mostrar todos os seus lados e mesmo as vezes se sentindo intimidado, se sente confortável para confiar. O Fred é essa pessoa para mim. Eu estava mentindo, mas também estava falando a verdade. Me sentia nervosa, muito nervosa, mas ao mesmo tempo bem.

Saímos do restaurante e fomos caminhar em companhia apenas do mar e dos coqueirais na Praia do Diogo, não havia mais ninguém ali, o meu dia estava quase acabando.

- Eu adoro o mar. – Declarei. – A dança das ondas, o cheiro...

- Tive uma ideia. Topa fazer uma loucura? - Disse tirando a camisa ficando apenas de bermuda

- Ah, Não! Você não vai fazer o que eu estou pensando.

- Vou sim e você também.

- Ah! – Gritei quando ele me pegou no colo e começou a caminhar comigo nos braços para dentro do mar.

- Por favor, não! – Implorei.

De inicio ele pensou que eu estivesse brincando, mas depois percebeu o desespero em meu rosto e parou ainda dentro do mar.

- O que foi? De que tem medo?

- Do mar. Eu adoro. Acho-o belo, porém imprevisível e é essa imprevisibilidade que me assombra. Eu nunca consegui aprender a nadar.

- Desculpe, Mari! - Falou com a voz carregada de arrependimento.

- Tudo bem. Não tinha como você saber. - Sorri

Ficamos ali por um tempo parados dentro do mar. Estava onde mais tinha medo, mas nos braços dele eu me sentia segura. Meu coração estava tão descontrolado que era a única coisa que eu conseguia ouvir. Minha boca estava seca. Controlar os seus desejos pode ser mais perigoso que ceder a eles. Quanto mais se esconde, mais intenso eles ficam e menos você vai saber do que será capaz quando realizá-los. Esse é o momento em que eu tenho que decidir se faria ou não. Irei embora amanha, tenho que fazer algo. Fiz uma súplica silenciosa: Me abrace.Me sinta.Me revire.Me desvende. Transforme a fantasia em realidade! Reuni toda coragem que tinha e o beijei.

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