15 junho, 2015

Livro: Dias Perfeitos - Raphael Montes




Título: Dias Perfeitos
Autor(a):Raphael Montes
Editora: Companhia das Letras
Páginas: 280
Ano de publicação: 2014
Gêneros: Thriller
ISBN: 9788535924015
Nota: 3,5/5
Sinopse: Téo é um solitário estudante de medicina que divide seu tempo entre cuidar da mãe paraplégica e examinar cadáveres nas aulas de anatomia. Durante uma festa, ele conhece Clarice, uma jovem de espírito livre que sonha tornar-se roteirista de cinema. Ela está escrevendo um road movie sobre três amigas que viajam em busca de novas experiências. Obcecado por Clarice, Téo quer dissecar a rebeldia daquela menina. Começa, então, uma aproximação doentia que o leva a tomar uma atitude extrema. Passando por cenários oníricos, que incluem um chalé em Teresópolis e uma praia deserta em Ilha Grande, o casal estabelece uma rotina insólita, repleta de tortura psicológica e sordidez. O efeito é perturbador. Téo fala com calma, planeja os atos com frieza e justifica suas atitudes com uma lógica impecável. A capacidade do autor de explorar uma psique doentia é impressionante – e o mergulho psicológico não impede que o livro siga um ritmo eletrizante, repleto de surpresas, digno dos melhores thrillers da atualidade. Dias perfeitos é uma história de amor, sequestro e obsessão. Capaz de manter os personagens em tensão permanente e pródigo em diálogos afiados, Raphael Montes reafirma sua vocação para o suspense e se consolida como um grande talento da nova literatura nacional.

Téo é um estudante de medicina que não tem ou sente falta de qualquer convívio social, sua única melhor amiga é Gertrudes, um cadáver, que ele usava em suas aulas práticas. Mora com a mãe que é paraplégica e que Téo não sente nenhuma amor, apenas age com ela como acredita que deve agir.

Em um churrasco que foi apenas por insistência da mãe, Téo conhece Clarice, uma jovem universitária de espírito livre, personalidade forte e completamente desinibida. Ela o intrigou e encantou de imediato, e foi assim que Téo acha que conheceu o "amor". Dominado por este sentimento novo por Clarice, Téo decide não deixar passar a chance viver esse relacionamento e arruma maneiras para encontrá-la stalkeando novamente, mas Clarice não reage da maneira que Téo espera obrigando-o a tomar medidas drásticas para eles terem a chance de se conhecerem melhor.

Ele resolve sequestrá-la para que eles passem um tempo juntos e ela perceba que eles foram feitos um para o outro. Téo desde o começo do livro demonstra um comportamento instável oscilando em momentos em que ele age com carinho e outros com brutalidade mortal, mas tudo pensando no "melhor" para Clarice, tomado por uma frieza metódica, dotado por uma tranquilidade assustadora  e lógica irracional completamente doentia como se fosse a coisa mais natural do mundo.

O livro é narrado por Téo, o que dá mais raiva ainda do seu raciocínio distorcido em uma realidade criada completamente em sua mente que não aceitava nada que fosse contrário, fazendo com que ele acabasse com todo e qualquer obstáculo para conseguir o que tanto queria, custe o que custar.

Dias Perfeitos é sombrio, cruel, assustador e cheio de reviravoltas, proporciona sensações de desconforto, raiva e inconformismo, mas é o tipo de livro que te envolve e por mais revoltado que esteja quer ler até o final para saber como será o desfecho.

Para mim foi perturbador, teve um momento que eu quis vomitar. Confesso que algumas vezes tive que parar a leitura e xingar horrores o protagonista &*%$#@&*¨&%. Nunca fiquei tão indignada lendo um livro na vida. O final é detestável, não que seja ruim ou mal escrito, mas dá muita, mas muita raiva mesmo. Mas é uma boa leitura para quem gosta do gênero.


Quotes:

"Do beijo, furtado e furtivo, ele havia se tornado refém. Não era o invasor, mas o invadido; não queria só desvendar, mas ser desvendado. Ele amava Clarice, admitiu. Precisava ser amado."
"Quem nunca se apaixonou sem ser correspondido? Quem não gostaria de mostrar que poderia ser diferente, que a história de amor poderia dar certo? Ele apenas fazia o que todos já tinham desejado fazer. Havia criado para si a chance de estar próximo de Clarice."
"Estavam atados um ao outro. Ele levaria Clarice consigo para sempre: já não podia viver ou mesmo morrer sem ela."
"Não precisava que Clarice o amasse de volta. Melhor amar sem ser correspondido do que não amar."
"Há momentos na vida em que o sofrimento é necessário".

4 comentários:

  1. Olá! Nunca li nada do gênero, estou com "Caixa de Pássaros na minha estante e espero ler logo.
    Recentemente eu descobri que esse livro era terror psicológico, juro que sempre achei que fosse romance (pelo nome e capa), mas li uma resenha dele em outro blog e me surpreendi!
    Adorei muito sua resenha
    Beijos, Tabatha
    http://aproveiteolivro.blogspot.com/

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  2. Oie. Curti sua resenha.
    Realmente esse livro deve ser horripilante, por tudo que vocês falam (acho que todo mundo do grupo leu esse livro, menos eu rs).
    Por saber que você é uma pessoa que se emociona com livros, imagino o quanto vc ficou revoltada com as coisas que o Téo faz com a pobre Clarisse.
    Beijos ;)

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  3. Oie, Brenda
    Não sei quanto a vc, mas aquela parte específica quando eles estavam na ilha me deixou chocada. Tive que fechar o livro pra absorver a informação.
    Mas amei o livro. Sou suspeita pra falar pq amo um personagem complexo e meio doido. Adorei odiar o Téo.

    E que coinccoincidência, eu e vc postarmos resenhas do mesmo livro no mesmo dia ;)

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  4. Sua resenha me deixou bem curiosa, Jessica.
    Quero muito conferir este livro e se possível logo.

    Jessica, eu respondi uma Tag e indiquei seu blog para participar. Caso goste, passe lá para conferir.
    Bjos
    http://historiasexistemparaseremcontadas.blogspot.com.br/2015/06/tag.html

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