Olá pessoal tudo bem com vocês?
Na segunda iniciamos um especial Camila Moreira e como prometido, hoje temos a primeira parte da entrevista exclusiva para o Mundo B.
Quem é Camila Moreira?
Boa pergunta! (risos) Uma pergunta para a qual não tenho uma resposta exata. Estou me conhecendo, ainda decifrando meus caminhos e absorvendo aquilo que me constrói diariamente. Uma busca incansável, mas prazerosa. A cada dia me descubro uma pessoa diferente, e é isso que me dá motivos para continuar. Sou uma pessoa simples, ligada à família, com poucos, mas verdadeiros amigos. Amo os livros, sou compulsiva (sim, daquelas que tem cem livros ainda não lidos, porém não para de comprar). Sou muito esquecida, tipo, muito mesmo. Você tem que falar dez vezes a mesma coisa para eu me lembrar do que fazer. Venho de uma família humilde, temente a Deus, e que sempre apoia uns aos outros, e comigo não diferente, sou motivo de orgulho para os meus pais e, principalmente para minha irmã, que é minha melhor amiga.
Por que erótico? O que te levou a escrever sobre o tema?
Por que “não” erótico? Sexo é um assunto tão natural, que às vezes é mais fácil falar e escrever do que fazer. Sempre digo que devemos escrever sobre o que sabemos: não que eu entenda de sexo rsrs, mas a literatura erótica tornou-se meu gênero preferido, naquele em que me encontrei, então, quando resolvi atravessar as páginas e escrever, não pensei duas vezes sobre qual caminho seguir. Apesar de ter outros projetos para o futuro, o erótico é a linha que quero seguir. Pelo menos por um bom tempo.
A liberdade em poder trilhar caminhos diferentes. Passamos muitos anos acreditando que sexo era algo proibido. Suas limitações eram tantas que, falar sobre o assunto tornava pessoas imorais perante aos olhos da sociedade. A literatura erótica abriu várias portas para que pudéssemos exteriorizar nossos instintos, desejos e pensamentos. A desmistificação do proibido foi uma conquista enorme, principalmente para as mulheres.
Em sua opinião, 50 Tons de Cinza pode ser considerado um divisor de águas quando o assunto é publicação de obras eróticas?
Apesar de, a literatura erótica existir há muito tempo, não se pode negar que “50 Tons” foi o grande marco para o gênero. A popularidade e o alcance da trilogia são inquestionáveis, pois, mesmo aqueles que não leram, sabem do que se trata a história de Grey e Anastacia.
Sobre seu livro, O amor não tem leis, quando você menciona o "Lobo Mau" está indo contra a ideia de que toda mulher espera por um príncipe encantado. Você acredita nisso? Acha que sempre foi assim ou que é a realidade da mulher contemporânea?
Quando comecei a escrever, meu ponto de partida foi a Clara. Cansada de ler mocinhas indefesas, submissas, sem amor próprio e força de vontade, eu desejei que minha personagem tivesse um pouco da mulher atual. Uma mulher que se ama acima de qualquer coisa, que luta pelo aquilo que quer, e corre atrás de seus sonhos, sem depender de ninguém para conquista-los, principalmente de homens.
Então, para ilustrar isso, nada melhor do que desmistificar o sonho da espera do príncipe encantado. A mulher segura de si não espera, ela busca a própria felicidade, e ficar estagnada esperando o amado chegar em um cavalo branco não é com ela (risos). Por isso o Lobo Mau, um contraste delicioso, onde a mulher não quer apenas ser amada, ela quer ser desejada.
No início da trama os personagens se mostram muito bem resolvidos sexualmente em suas solteirices, mas quando se apaixonam seus comportamentos mudam. Você acredita que o amor muda mesmo as pessoas?
Acredito que muda para melhor. Apesar de Clara e Ferraz serem bem resolvidos enquanto solteiros, não significa que eles não possam seguir a mesma personalidade enquanto casal. Acredito que, a personalidade continua a mesma, apesar de estarmos apaixonados.
O que mudou no nosso casal principal foi a forma de verem a vida; eles ainda continuam independentes, bem resolvidos e senhores de seus destinos, mas passaram a agir e pensar como um casal; companheiros, o que é a base de um relacionamento, seja ele qual for.
Tem um pouco de você na Clara ou ela foi inspirada em alguém que você conhece?
A Clara é uma mistura de todas as mulheres que conheço, sua personalidade me fascina, queria eu ser tão decidida quanto ela (risos). Mas, confesso que tem sim, acredito que a determinação e a boca suja. Hahaha!
O mistério da Clara foi muito surpreendente pra mim. Você conhece alguém que já passou por isso? Essa história é linda.
Pessoalmente eu não conheço, mas, acompanhei pela internet um caso semelhante, ocorrido na Austrália. Não posso dizer muito, pois será spoiler, mas foi real, aconteceu entre mãe e filha.
Eu adorei os níveis de estresse, estou pensando até em adotar (risos). Você age dessa forma também?
Confesso que não, sou muito impulsiva, não consigo separar os aborrecimentos e frustrações por níveis. As vezes algo pequeno acaba se tornando um bicho de 7 cabeças pra mim. Preciso tomar umas aulinhas com a Clarinha e a Laís. Rsrsr
A Clara sente prazer sem vergonha de falar, ouvir e fazer o que gosta, o que a torna muito bem resolvida sexualmente, em contrapartida, várias pesquisas dizem que a maioria das mulheres não sentem prazer ou chega ao orgasmo durante o ato. Você acha que em parte é porque a sociedade machista reprime os verdadeiros desejos e fantasias femininos?
Tudo varia, é uma questão de comportamento. Acredito que sim, estamos aprendendo cada vez mais a lidar com os nossos próprios sentimentos, e o legal é que a sociedade também está aprendendo a lidar com essa nova forma cultural. Temos muito que evoluir, porém as mudanças já começaram. Quando que, Há um tempo, quando encontraríamos tantos livros que falam do assunto em praticamente todas as livrarias do país? O reflexo disso tudo na cama é algo que vem naturalmente, a mulher que se conhece e não tem vergonha dos seus desejos, raramente se anulará diante do seu parceiro.
Estão gostando da entrevista? Então não perca a ultima parte que sai na próxima sexta.
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Bjin da B
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